sábado, 16 de agosto de 2014

Patch Adams – O Amor é Contagioso (Patch Adams, 1998)


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"Nunca é tarde para uma revolução de amor."
Patch Adams
Quebrar paradigmas, ou até mesmo enfrentá-los não é tarefa das mais fáceis, levando em conta que muitos desses modelos são produtos de séculos de experiência. Diante disso, são poucos os que se dispõem a enfrentar esse desafio. No filme Patch Adams – O Amor é Contagioso, dirigido por Tom Shadyac, temos um grande exemplo de um homem em busca de “mudanças”. Esse homem é Patch Adams, interpretado pelo ator Robin Williams – que acredita ser a risada a chave para a melhoria da qualidade de vida.
De início, Patch Adams é apresentado como interno de uma clínica, após uma tentativa de suicídio. Em sua estadia nessa clínica, ele percebe que quase nada é feito para restaurar os pacientes, o que o deixa intrigado. Um dia, de forma hilária, nosso protagonista consegue ajudar o seu companheiro de quarto a enfrentar um de seus medos. Ao auxiliá-lo, ele percebe que se sente bem ajudando as pessoas e resolve deixar o hospício para tornar-se um médico.
Ao conseguir ingressar no curso de Medicina, Patch percebe que a mesma frieza relacional existente no sanatório é encontrada na faculdade, e que os pacientes são tratados como “coisas” e não como seres humanos. Toda e qualquer relação entre médico/paciente é vista com desdém. Percebendo isso, ele decide tornar-se um médico humanista. Seu intuito principal vai ser o de melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes, através de boas risadas. Contudo, devido aos seus procedimentos nada convencionais, o personagem central vai ter que suportar duras críticas de seus colegas universitários, além de ter que enfrentar o inflexível reitor da universidade.
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No desenrolar do filme, acompanhamos os desenlaces e conflitos do personagem principal em busca de seus ideais, e percebemos o quanto ele lutou para conquistar seu reconhecimento e respeito. O fato da história ser baseada em fatos reais faz com que despertemos mais interesse ainda em Patch. Não há como não dar risadas e se contagiar com a alegria do personagem.
Como se já não bastasse tantos empecilhos, Patch ainda se encanta por uma de suas colegas de faculdade, Carin Fisher (Monica Potter). Fisher é uma das poucas mulheres que existem na faculdade, e acredita que as “tolices” de Patch só irão atrapalhar que ela seja uma médica de renome.
Em uma entrevista à Revista Veja, Patch Adams foi questionado sobre o que tinha achado da adaptação de sua vida para o cinema. A resposta dele foi a seguinte: “eu gostei do filme, mas achei que poderia ter tido mais emoção, ter sido menos morno”. Apesar da frase do médico, acredito que o filme pode ter faltado qualquer coisa, menos emoção. Principalmente da metade do filme em diante, onde uma desesperança e descrença toma conta do personagem, que apesar de permanecer forte na maior parte do filme, também tem seus momentos de revolta com o ser humano.
Quando estava assistindo ao filme, não pude deixar de perceber a influência dos métodos de Patch pelo mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, temos os Doutores da Alegria, uma ONG que utiliza a figura do palhaço brincando de ser médico, despertando a alegria e o lado saudável das crianças. Seguindo ao pé da letra aquilo que Patch Adams defendia.
Patch Adams já fez algumas visitas aqui no Brasil, sempre carregado de bom humor e discursos animadores. Além de dar palestras sobre como deve ser uma relação saudável entre médico e paciente, ele é um defensor da paz, da ecologia e do ensino de amor nas escolas.
O filme em destaque recebeu uma indicação ao Oscar, como Melhor Trilha Sonora de Comédia ou Musical. Recebeu também duas indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme em Comédia/Musical e Melhor Ator em Comédia/Musical (Robin Williams).
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O longa foi inspirado no livro “Gesundheit: Good Health is a Laughter Matter”, escrito pelo próprio Patch Adams e por Maureen Mylander. Patch Adams também é autor de outro livro, intitulado “House Calls: how we can heal the world a visit at time”, consagrado como um guia a todos aqueles que se inspiram na filosofia humanista, seja em hospitais, prisões, abrigos, no convívio familiar, ou até mesmo nas relações trabalhistas.
A história de Patch Adams é cativante e emocionante. Ser agente de transformação e ser movido por sentimentos altruístas e humanitários são as características que tornam a figura principal desse filme tão inspiradora. Essas qualidades deveriam ser indispensáveis a todos. Cuidar do próximo é uma das grandes lições que Patch Adams nos ensina. Mas ele vai além, e nos mostra que a risada não é só o melhor remédio, como também é a “graxa” que lubrifica as relações de amizade.

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